A Finsol, terceira maior operadora de microcrédito do país, recebeu autorização do Banco Central para passar a atuar como uma Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e às Empresas de Pequeno Porte (SCMEPP). Como SCM, a Finsol poderá ampliar a captação de recursos para concessão de microcrédito e aumentar a oferta de produtos microfinanceiros para a população de baixa renda. A expectativa é, até o final de 2014, ampliar de 62 mil para 90 mil o número de clientes e R$ 110 milhões para R$ 140 milhões o volume de créditos concedidos em todo o Nordeste. A Finsol é a primeira ONG do País a migrar suas operações para o modelo de SCM, regulado pelo Banco Central.
De acordo com o diretor da Finsol, Marcello Pinto, o fato de passar a ser uma instituição regulada pelo BC terá um grande impacto na operação da empresa. Como SCM, a Finsol passa a se submeter à mesma regulamentação de outras instituições financeiras, como bancos, corretoras de bolsas de valores e corretoras de câmbio, posicionando-se em outro patamar no mercado.
“A atuação como SCM nos permite oferecer mais transparência e segurança ao mercado, ampliando significativamente nossa capaCidade de captação de recursos junto a instituições financiadoras para oferta de produtos de microcrédito”. A Financeira Independência, empresa mexicana que era um dos associados da Finsol como ONG, passa a ser o principal investidor da Finsol SCM.
A mudança também viabiliza uma série de facilidades operacionais. A empresa passa a utilizar, por exemplo, o Sistema Brasileiro de Pagamentos com mais flexibilidade, o que permitirá muito mais agilidade na concessão do microcrédito ao cliente. “Com maior capaCidade técnica instalada, também ganhamos fôlego para investir na expansão da rede Finsol em todo o Nordeste”, assinala o diretor
Microcrédito produtivo orientado - Desde a sua criação, em 2007, a Finsol já realizou mais de 500 mil operações de microcrédito produtivo orientado em todo o Nordeste. Com empréstimos a partir de R$ 300,00, esse tipo de crédito é concedido a microempreendedores de baixa renda que tenham uma atividade produtiva há no mínimo seis meses. Quem avaliza o empréstimo é um Grupo Solidário, formado por outras pessoas da comunidade, também com negócio próprio. Cada pessoa do grupo se responsabiliza solidariamente pelos empréstimos dos demais integrantes.
Passando a atuar como SCM, a Finsol já tem pronto seu plano de negócios para os próximos cinco anos. A ideia é expandir a presença para 800 Cidades do Nordeste, realizando, até 2018, 1 milhão de operações, em um total de R$ 2 bilhões em empréstimos liberados. Segundo Marcello Pinto, a expectativa é abrir 16 novas agências, gerando 600 empregos diretos e mais de 400 mil indiretos. “O microcrédito produtivo tem um grande impacto não só na melhoria da renda do microempreendedor, mas também na geração de empregos. Estima-se que cada operação seja responsável pela geração de 1,8 postos de trabalho segundo estudos do próprio banco de dados da instituição”, destaca. |